Olá brisa do mar!

Hoje, 30 de Outubro, é o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama. Aliás, durante o mês de Outubro decorre a campanha Outubro Rosa cuja origem está supostamente na consciencialização para a prevenção do cancro da mama… 

Acho a prevenção fundamental não só em relação ao cancro da mama, mas em relação a qualquer doença. Ponto. Infelizmente o ser humano tende a agir não por acção, mas reacção, ou seja, só quando o problema nos aparece à porta é que actuamos. Eu percebo. Mas na realidade poderíamos ter mais e melhores anos de vida, poupar tempo e dinheiro através da prevenção

Por prevenção refiro-me à alimentação que escolhemos, ao exercício que praticamos, aos produtos que usamos, à atenção e cuidado que damos às nossas emoções. 

Em The China Study**, o maior estudo epidemiológico sobre o impacto da alimentação e do estilo de vida na saúde, o Dr. Colin Campbell mostra-nos como o consumo de proteína animal (carne, peixe, ovos e lacticínios) está associado ao desenvolvimento de um sem número de doenças crónicas, incluindo o cancro da mama. E sabias que menos de 10% dos cancros pode ser atribuído à genética? De facto, na maioria dos casos, não somos reféns dos nossos genes. Como nos mostra a epigenética, os genes acabam por ser apenas uma predisposição que se confirma ou não através de factores como a nossa alimentação e estilo de vida. 

Mas uma coisa é prevenção, outra coisa é o medo que se tem vindo a criar em relação às nossas mamas, como se elas nos traíssem. A obrigação e o medo de fazer uma palpação à mama: “será que é desta que vou encontrar um caroço”? Pensamos assim em relação a alguma parte do nosso corpo. Não!** O mesmo não se passa em relação aos homens e ao cancro da próstata cuja mortalidade é maior em Portugal.   

Uma coisa é a prevenção, outra coisa é fazer mamografias, um exame invasivo, que emite radiação, leva ao excesso de diagnósticos e de tratamentos e cuja redução da taxa de mortalidade está ao mesmo nível do auto-exame. Enquanto isso quase ninguém conhece a termografia, um exame não invasivo, sem a emissão de radiação e que permite detectar mudanças fisiológicas ainda muito no início.

Uma coisa é a prevenção, outra é o pinkwashing, como diz a Dr. Christiane Northrup. Ver marcas a aproveitarem-se deste mês para venderem mais mete-me simplesmente…nojo. Lá está, por todo o mundo vê-se de tudo, desde doces com o laço rosa (não esquecer que o açúcar é um ingrediente conhecido por alimentar células cancerígenas) ou produtos para o corpo também com o laço rosa, contendo parabenos conhecidos por serem desreguladores endóocrinos. Mas claro que nos Estados Unidos a indústria do cancro é sempre mais flagrante.

Tanta hipocrisia neste mundo. E no meio disto tudo culpamos quem? As nossas mamas. 

 

Nutre o teu ser,

Natacha

 

*CAMPBELL, Colin and CAMPBELL, Thomas (2005). The China Study: startling implications for diet, weight loss and long-term health. Dallas: BenBella Books. 

**Bem, quer dizer, também têm tentado amedrontar-nos com o cancro do colo do útero e a importância de tomar a vacina do HPV, mas falarei sobre isso noutra altura.

 

 

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